Nota #34

Eu a encontrei seminua em meu quarto. A única iluminação vinha da janela que fazia uma quadrado de luz sobre o colchão que não refletia e tudo em volta deste quadrado era oculto. Você demorou, achei que ficaria na mão de novo – ela dizia com sua voz em tom sexual. Suas pernas eram lindas: Bem torneadas, lisinhas, pele macia e cheirosa... apenas suas pernas e quadris eram iluminados pelo quadrado de luz. Nunca lhe dei o endereço, todos os encontros haviam sido finalizados em sua casa, em seu quartinho bem arrumado, quando seus pais não estavam .
Eu morava em um microapartamento semimobiliado: uma cozinha com a geladeira vazia, fogão coberto de gordura, um cadeira velha e uma pia sem louça suja (porque não havia louça para sujar), apenas uma copo e uma colher e um panelinha – não precisava de mais do que isso. O banheiro onde só caberia uma pessoa e um quarto de dois metros quadrados com um colchão sem lençóis no piso. Não havia roupeiro, então minhas roupas eram penduradas em pregos e as cuecas e meias guardadas em caixas de sapatos, o resto ficava pelo chão mesmo. Enfim, não era lugar para trazer visitas e muito menos para trazer uma garota. Você não deveria ter vindo aqui! Porque? Você não gostou da minha surpresa? - ela me entendeu errado. Não é isso, é que este lugar está muito abaixo do seu nível - tento lhe explicar – Nunca traria alguém aqui, tenho vergonha deste lugar.
A verdade é que este lugar era onde eu me escondia do mundo, das pessoas, das mentiras. Era o meu espelho. Era onde eu me encontrava, me via... Era onde eu refletia sobre minha vidinha medíocre e sobre minha inferioridade. Minha vida solitária e meu passado de arrependimentos me esperavam ali, todos os dias...
Não acendi as luzes, apenas larguei a mochila e fui em sua direção. Beijei-lhe os pés e ela deu risinhos reclamando das cócegas. Continuei beijando suas pernas e avançando até chegar próximo à sua virilha, enquanto ela dava risinhos ou pequenos gemidos, sua voz me excitava. Acho que sua calcinha era branca, mas não lembro direito. Agora meus olhos já estavam se acostumando ao escuro, então aproximei-me de seu rosto e seus olhos pareciam brilhar. Seus cabelos estavam soltos e cheirosos como sempre. Ela é perfeita, pensei comigo, o que eu poderia oferecer a ela? O que ela quer de mim? E não encontrei resposta. Este quarto era onde eu pensava demais, era onde eu pensava sobre merecer e não merecer. Acredito que isto possa matar o sucesso de um homem: quando ele pensa que não merece algo, ou que não tem competência para tê-lo, o seu fracasso está determinado. Mas esta foi uma das melhores noites que tivemos juntos.
Ela sumiu por algumas semanas e quando finalmente a encontrei, me disse que aquele era meu presente de despedida. Nunca mais nos reencontramos.

Nota #33

   A melancolia invade mus pensamentos obscenos... E então eu começo a escrever assuntos melancólicos. Coisas que ninguém gostaria de ler. Coisas que não deveriam ser escritas. Apenas me sinto demasiado superfluo, estupido e vazio quando escrevo apenas sobre sexo. Porque é isto que lhe vem a cabeça ao encontrar a palavra “obscenas”. Você logo pensa em sacanagem, em narrativas eróticas, picantes... é isto que me vem a cabeça também. Mas estar carente não é apenas precisar de sexo. Estar carente é precisar do sexo oposto. É precisar sentir-se desejado. Ja nem digo sentir-se amado. Porque amor nem sempre envolve romance. E a grande merda é que romance não envolve nescessariamente amor, mas a grande maioria pensa isto, de modo que pareço estar me contradizendo. Talvez eu esteja.
  Quando não há desejo, o sexo não é algo excitante. Sexo por sexo, é apenas um ato de reprodução animal. É mais satisfatorio fazer sexo com uma mulher que lhe deseja do que com uma mulher gostosa.

Nota #32

  Suponha que eu tenha me apaixonado por uma garota incrivel. Suponha que eu considere esta garota incrivel justamente por ter me apaixonado por ela - ou ao contrario... Digamos que minha falta de experiencia seja a causa de insegurança para me aproximar desta garota e, digamos que esta insegurança me impeça de conquistar esta garota. Ou que talvez ela até estivesse afim de mim, mas eu não tenha coragem o suficiente para “avançar” justamente por me considerar inseguro e inexperiente. E isso só porque nunca havia avançado antes. Ela se vai, eu fico...
  Minha nova obsessão será ganhar experiencia. E só há um meio de ganhar experiencia. Então após algumas centenas de garotas e obviamente, algumas centenas de fracassos, percebo que não estou chegando a lugar algum. Na verdade, percebo que outras pessoas não tão interessadas na “obsessão por experiencias” estão se dando melhor com as garotas do que eu. E então percebo que não importa o que eu faça ou onde eu chegue, não estarei satisfeito comigo mesmo. Eu paro de procurar por experiencias e as garotas param de me procurar. Fico sozinho e sinto como se assim estivesse toda minha vida.
  Não importa o que tenha feito, enquanto não me perdoar por aquilo que um dia perdi, um milhão de conquistas não me deixarão satisfeito e vou continuar me odiando porque nunca serei bom o suficiente para mim mesmo... Porque não acredito que eu mereça... E é isso que vou dizer em meus monologos: eu não mereço!

Nota #31

Ela era gostosa e parecia saber disso. Eu deveria obedecer aos meus principios e dizer o que penso. Deveria dizer o quanto ela é gostosa. As vezes me sinto clichê ao abordar apenas as garotas que me atraem sexualmente, somente aquelas que eu considero gostosa. Vou acabar dizendo para elas apenas o quanto são gostosas. Estaria sendo honesto de fato, mas estaria dizendo a mesma coisa para todas elas.
É mais facil dizer para uma garota que ela é gostosa do que dizer que está apaixonado por ela. O que me preocupa muitas vezes é: será que ela merece algum romantismo? Existem algumas garotas que não são tão bonitas, mas que me encantam. Digo, me sinto extremamente atraido por elas. Daria uma rosa e seria romantico – digo que “daria”. Mas fiz isto antes e, me senti um idiota [embora eu seja mesmo] ao descobrir que não mereciam tudo isso. Ela foi tão atenciosa com o cara que a tratou como uma vagabunda quanto com o cara que a tratou como uma princesa. Na verdade, é muito mais facil ganhar um boquete tratando-a como uma vagabunda do que ao contrario. E cá entre nós, ganhar um boquete dá um sentimento de virilidade maior do que ganhar um “eu te amo”. E ganhar “eu te amo” da garota que “agradou” algum concorrente estupido não é tão satisfatorio.

Nota #30

  Loira com duas tranças e carinha de safada - rostinho lindo! Mais baixa que eu - bem mais baixa – e vinte aninhos bem conservados com seios médios empinados. Me aproximei por trás e beijei seu pescoço, ela virou o rosto e me beijou. Virei-a de frente e a empurrei em direção à parede. Beijei seu pescoço novamente, seus ombros expostos pela gola larga da blusinha que parecia uma daquelas camisetas de micareta. Ficamos nisso por algum tempo, até que ela decidissie tirar aquela blusa, o que não aconteceu, e fui obrigado o tomar esta iniciativa. Puxei sua blusinha para cima e no mesmo movimento abri seu sutião por trás. Ela disse não, mas antes que pudesse evitar eu já estava com a boca em seus seios. Sua hesitação era uma pequena oportunidade. Tirei minha camiseta, e minha bermuda desceu sem qualquer esforço.
   Sentei sobre a beira da cama e puxei-a pela cintura. Antes que eu percebesse ela já estava entre minhas pernas. Fui pego de surpresa!
  Suas tranças já estava desfeitas, mas sua carinha de safada continuava me excitando. Sua pele branquinha, e partes especiais rosadas, tão gostosa que até namoraria. Seria o tipo de garota que não me importaria em tê-la apaixonada por mim. Mas não aconteceu... Algumas coisas duram apenas uma noite...

Nota #29

Uh, hoje estava na casa de alguém.  E aparecem alguns amigos. Uma garafa de rum e uma garrafa de whisly(Jack Daniels) . Pedi um gole de whisky – que maravilha! - depois ganhe um gole de rum – o rum é ruim pra caralho! - voltei para o whisky. Após uns tres goles de whisky eu já estava tonto (minha ultima refeição foi o almoço e já eram 19h).
Eles iriam sair pra algum lugar sem destino. Não me convidaram – não me importa, nem eu mesmo gosto de minha companhia. Ao menos ganhei wiskhy que não bebia há muito tempo e me deixou muito alegre – coisa que não sentia há mais de um mês. Quero dizer, faz mais de um mês que não me sinto tão auto-confiante e alegre. Apenas algo a dizer: - Obrigado senhor Jack Daniel, o senhor salvou meu domingo!
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Nota #28

  Sem inspiração.

  Apenas sentar-me e escrever...

  Escrever...

  As pessoas não estão interessadas nos bastidores. Apenas tiram conclusões de seu passado baseado no que veem durante presente. Hipocrisia é fingir que não percebeu a diferença. Preconceito é criar conceitos baseados na diferença superficial.
  Quando falo de sacanagem, me acusam de só falar disso, mas parecem cães com suas orelhas levantandas e atentos a cada palavra. Quando não falo, pareço serio demais. Há quem tenha medo de mim... Há quem diz gostar de mim... Mas ambos não sabem muito sobre quem realmente sou. E acreditem, não sou nada. Outros consideram impossiveis que eu esteja em certas situações que, embora eu não conte, já foram meu quotidiano por anos. O iceberg vai muito além de sua visão, mas ainda assim ele é apenas gelo boiando no oceano.

Nota #27

Hoje em uma das filas que preciso seguir durante o dia, uma garota puxou conversa comigo. E, ignorando o fato de ela ter namorado e ignorando o fato de ela ter um antigo caso com alguém que eu conheça e ignorando o fato de ela parecer arrogante, eu me senti muito bem conversando com ela. Na verdade, acabei por ficar de bom humor.
Nem mesmo entendo o que houve, mas o fato de ficar tanto tempo sozinho acaba proporcionando isso. O simples fato de sentir-me uma boa companhia a alguém me deixou um pouco mais confortável comigo.
Não, minha auto estima continua uma merda. Não pensei qualquer momento que poderia comer aquela garota. Apenas imaginei, que se foda, daqui a pouco ela vai virar as costas e me deixar aqui sozinho mesmo. Então, apenas continuei a conversa sem qualquer intenção. Eu imaginei: ela já esta perdida, não vou investir meu tempo tentando impressioná-la ou convence-la a gostar de mim. Assim o fiz. Assim deixei acontecer e fiquei muito feliz em saber de alguém que se disponibilizou a me conhecer sem a necessidade de qualquer joguinho de manipulação ou papinho para impressionar garotas.
É isso...

Nota #26

  As pessoas tem uma necessidade absurda de sentirem-se desejadas. Acredito que a saude psicologica de uma pessoas dependa desesperadamente disso. Infelizmete há um contraste entre desejar e ser desejado. Eu posso estar enganado, mas falo do que penso apenas, não estou expondo conceitos absolutos. O que eu acho é que quanto menos uma pessoa sente-se desejada, mais desejo ela sente pelas outras. Assim como uma pessoa muito desejada, comporta-se ao contrario da primeira. Isso torna muitas relações mal correspondidas. Talvez seja a natureza humana, uma natureza egoista. Assim como declarar o amor é a maneira mais eficaz de afastar a pessoa amada.

Nota #25

 Quando se é melancolico, você tem duas opções: ou você transparece isso e ninguém lhe dará bola, ou você finge ser o que não é e esconde seu lado triste. Fica mais facil conseguir amigos e fazer sexo quando você parece mais feliz que as outras pessoas. Falar algumas sacanagens também é bom para equibilibrar sua tendencia romantica.
 Fazer seus amigos pensarem que você vai toda semana no puteiro, tambem lhe concede um pouco mais de consideração do que deixa-los descobrir que você esta a meses sem ver uma garota nua em sua frente. Na verdade, não sei há alguma vantagem nisso, mas eu deveria ter um salario milionario se de fato fizesse o que ele imaginam que eu faço. Minha grana mal dá pra comprar os mantimentos do mês.
 Mascar chicletes, acender um cigarro e fazer cara de safado também dá um pouco mais de moral do que admitir que se odeia profundamente. Passar uma cantada naquela garota que você sabe que nunca lhe daria bola, também é uma boa alternativa.
Mesmo fazendo estas coisa você não vai conseguir deixar de ser um poeta, mas pelo menos ninguém vai imaginar que você o é...

Nota #24

  Então deslisei meus dedos em seu rosto, seus olhos se direcionaram para baixo. Ao prender uma mecha de seus cabelos atrás de sua orelha nossos olhos se reencontraram e nossos corpos se aproximaram. Os labios se tocaram e os olhos se fecharam. Envolvi sua cintura e puxei-a de modo que nossos corpos ficassem colados e com outra mão acariciava sua nuca. Seus cabelos longos estavam soltos e eu podia sentir seu perfume. Seu corpo quente e sinuoso, poderíamos ficar abraçados o resto da noite, labios deliciosos... Não pude evitar, e nem mesmo disfarçar uma ereção - Aqui perdemos o tom poético do texto. Nossos corpos, nossos quadris ainda estavam colados um ao outro. Quando tenho uma ereção preciso ajustar a cueca de modo a não sentir-me muito apertado, mas não seria muito conveniente fazer isso naquele momento.
  Parei de beijá-la e dei um passo atrás. Sorri olhando em seus olhos. Com minha mão esquerda acariciava a lado de seu rosto e então da maneira “mais discreta” do planeta enfiei minha mão direita no bolso e tentei “afrouxar” minha cueca. Ela percebeu meu movimento e imediatamente olhou para baixo em direção (talvez inconsciente) à minha virilha. Não havia mais como disfarçar, então precisei transformar o inconveniente em algo “agradável”. Embora, todos aprendam a respeitar as garotas, e a exibirem sua polidez para impressioná-las, acabamos descobrindo que precisamos fazer o inverso de tudo isso para conseguirmos algo.
  -Acho isso meio embaraçoso, mas não dá pra disfarçar, né. Você me deixou de pau duro excitado...
  Ela sorriu sem jeito, ficou vermelha. Puxei seu queixo carinhosamente e a beijei outra vez.

Nota #23

  Ela tinha um sorriso bonito e seus labios eram carnudos e estavam cobertos de um batom de cor rosada, sua pele era morena, um meio termo entre o preto e o branco. Poderia jurar que seus cabelos negros pelos ombros, na verdade eram crespos e foram alisados artificialmente - algo que nunca consegui descobrir e não me dei ao trabalho de perguntar. Seus olhos tinham um brilho que conseguiam me prender a ponto de não conseguir perceber as outras garotas a sua volta. Ou talvez isso tudo seja da miha cabeça mesmo. Eu sempre fui um poeta até mesmo quando eu disse que não queria ser mais poeta. Precisei beber muito, muitas vezes para resistir ao meus proprio desejo de escrever... Mas você não escolhe sua personalidade, ela simplesmente gruda em você e quanto mais eu tento me livrar dela, mais ela se apega a mim. E isto é torturante.
  E quando vejo uma garota que consegue me atrair desta maneira, eu não consigo pensar muito. Derepente as pessoas a sua volta desaparecem e, isso é algo que cantores estupidos declaram como amor - e não estou dizendo que não é - e até mesmo escritores ignorantes (e americanos) romantizam como algo eterno, mas não é. Nada é eterno, a menos que dure a eternidade, mas não vamos viver a eternidade para descobrir se isto de fato é eterno e eu já vivi o suficiente para descobrir que a maioria não dura nem mesmo uma semana.
  Seu boquete não era o melhor, mas ela não parecia ser muito experiente, embora eu não possa afirmar que experiencia garanta qualidade neste tipo de coisa. Seu perfume era ótimo e sua voz me deixava mais excitado ainda. Confesso que sinto um pouco de saudades dessa garota...

Nota #22

Preciso desabafar, então vamos lá. Eu sou um porco nojento e escroto e me odeio. Eu entendo por que as garotas não se interessam por mim, é porque eu sou um monstro burro ridiculo e babaca. E me vejo como o cara mais escroto desse planeta, mas este não é o problema, o problema é que eu gostaria de ser outra pessoa. Eu até inventei e inclusive tentei, ou melhor vivo tentando ser este outro cara, mas não consigo.
É como se eu estivesse criando um casco, uma especie de “casca de ovo”. A grande merda é que existem partes deste casco que são muito frageis ainda. As vezes alguem consegue achar esta parte fragil e perfura-la. Isso faz com que aquele meu velho personagem vaze e me pertube. Eu me odeio, eu odeio ser um poeta, eu odeio ser timido e introvertido. E por este motivo que tentei criar alguem que seja totalmente meu oposto. Um cara extrovertido, tarado, obsceno, superficial, sarcastico e frio. Tentei ser alguem que faria coisas que eu jamais faria.
Mas eu consegui fracassar até nisso. Eu sou mesmo um fracassado. Não sou bom em jogos, não sou bom profissional, não sou bom com garotas, não sou bom nem comigo mesmo.  Não consigo nem me isolar do mundo. Só preciso ficar sozinho e esquecido, mas nem isso eu consigo. Eu sou mesmo um estupido ridiculo.
Meus pensamentos não me deixam em paz. Preciso me concentrar em algo, mas eles ficam me atormentando com isso. Meus pensamentos tem que ficar me lembrando da merda que eu sou. Quando bebo, isso alivia, os pensamentos continuam lá, mas a dor fica mais leve.

Nota #21

   É ótimo foder uma ninfetinha, e melhor ainda quando é de graça!!! E não me refiro apenas, a sexo com garotas de programa. Me refiro aquelas fodas de uma noite. Aquela garota gostosa [gordinhas e coroas não contam] que você conhece na noite, se pegam, e finalizam com uma boa e descomprometida foda!

Nota #20

  As vezes você precisa encher a cara para sentir-se renovado. As vezes você precisa apenas de uma boa foda, para salvar seu humor. As vezes você precisa ir a guerra para sentir que ainda é um homem capaz de conquistar. E eu estava precisando fazer esta ultima ha alguns dias. Não saberia qual o melhor lugar para ir, mas teria que escolher algum. E uma balada seria o ideal pela grande quantidade de mulheres reunidas no mesmo local e, normalmente, sob efeito do alcool.
  O pensamento que não saia de minha cabeça é que o "investimento" nessa balada poderia render no mínimo uma puta de luxo com direito a champanhe em um motel razoável. Mas lá estava eu, tentando o método mais difícil, chato e tão caro quanto o anterior. Tudo em nome do meu ego, ou necessidade estúpida de auto afirmação como homem.
  Após uma dose de whisky e um dry martini, eu já estava bem-humorado e com saco para escutar baboseiras daquelas garotas mimadas. Não eram as mais bonitas, mas eram jovens, elegantes e se comportavam como se fossem da alta sociedade, embora metade delas nem fossem. Sái do bar e no caminho da pista encontrei um sujeito com cara de asiático. E aí, cara - eu o cumprimentei. Ele estava proximo à porta, parado, com sua long neck na mão esquerda e observando as garotas. Estes sujeitos rico podem ter a garota que quiserem, mas ficam aí sozinhos esperando a aprovação delas. De uma coisa eu tinha certeza: eu era o sujeito mais inferior ali e, aquele de fato não era meu lugar.
  Alguns minutos antes eu encontrara um dos sujeitos com quem havia conversado na portaria. O cara tinha um carrão do ano, uma profissão foda, um ótimo status social... E estava "tentando" conquistar uma garota feia. Digo, haviam dezenas de garotas melhores que ela ali, mas ele estava aplicando um esforço do caralho para conseguir uma garota qualquer. Tudo bem, quem sou eu para julgar o gosto alheio, né?!
  
Voltando ao cara asiático, ele parecia ser um sujeito legal. Então eu lhe disse que o preço que estávamos pagando por aquilo, seria um prejuizo cada minuto parado, apenas observando. Eu estou afim de pegar uma das mulheres mais gostosas da festa, e você? Obvio que ele concordaria. Vamos pra guerra parceiro! E aquelas garotas não eram tão faceis quanto eu gostaria que fossem. Lembro de uma loira gostosa pra caralho. E, eu vim especialmente para lhe conhecer, você está abalando corações nesta festa. Sorriu, nos apresentamos. Eu não vim aqui pra conversar, só quero curtir com a minha amiga mesmo. que coincidencia, eu quero curtir com você. Vamos ali no canto dar uns amassos, vai ser rapidinho - e dei uma piscadinha pra ela. Ela riu, mas continuou me evitando. Então sai em direção ao bar. provavelmente abordei todas as garotas que vi pela pista, mas pouco me lembro. O meu novo parceiro estava impressionado. Lembro-me de uma morena gostosa que estava usando uma calça preta. Foi muito estupida comigo. Rude ao extremo, mas tudo bem. Após mais algumas doses no bar, e outras garotas me cortando, fui até uma num sofá que tinha lábios lindos e lhe disse isso. Então chegou um babaca que nem era nada dela e me expulsou. Amiguinho gay que sonha em um dia comê-la, foi o que pensei dele...
  Ao voltar para a pista, reencontrei a gostosa estupida de calças pretas beijando outro cara.Peguei um energético da mesa de alguém distraído, cheguei por trás da gostosa e com a mão direita apertei sua bunda com muita vontade (era mole!) ela deu um salto e parou de beijá-lo para ver quem havia feito aquilo, mas eu saí acelerado em meio a multidão. Isso me fez lembrar da infancia, e ao mesmo tempo me senti um pouco vingado...

Nota #19

  Conheci esta garota de uma maneira inesperada. Ela era uma das garotas mais lindas que já vi em minha vida. Morena de cabelos e olhos escuros, labios carnudos e pernas de parar o transito. Ela tinha um olhar meigo e um jeitinho todo delicado. Um perfil de ninfeta. E me tratou de uma maneira toda especial.
  Eu estava num daqueles dias em que sua alto estima está lá em cima e você acredita que pode se aproximar de qualquer garota que desejar. Uma das primeiras coisa que ela me perguntou era se eu era casado. Não sei o porque desta pergunta, mas provavelmente porque os caras solteiros tem medo de arriscar-se a atirar tão alto. Na verdade, eu não sei ao certo a razão.
  Tudo o que sei é que ela se foi tão inesperadamente quanto veio e eu nunca mais a vi.

Nota #18

E aquela garota linda que vi durante o almoço, mas não abordei. Agora me arrependo disso e estou pensando nela. Ela despertou algum sentimento romantico em mim, algum tipo de paixão que só pude perceber que estava sentindo depois. Mas ela provavelmente nem me percebeu e possivelmente está se divertindo com alguém. Talvez até esteja numa boa foda agora enquanto eu me recordo dela com este sentimentalismo ridículo.

Nota #17

  Eu acredito que um dos grandes trunfos das internet se dá quando eu posso saber instantaneamente a reação de uma pessoa àquilo que escrevo. Principalmente pelas conversas virtuais. Caso você não tenha entendido, serei mais objetivo: graças a salas (virtuais) de bate-papo e messengers.
  Já participei de discussões, flertes, cantadas e até sexo virtual (embora isto nunca tenha de fato me excitado)... Em todos estes casos eu ficava tentando analisar as reações das pessoas ao que escrevo. E minha conclusão é que de fato sou um imbecil capaz de escrever melhor do que falar.
E quem foi o idiota que afirmou que os brasileiros não gostam de ler?! Todos gostam de ler, apenas lêem coisas que os interessam. E sexo... Ah! muitas, mas muitas pessoas adoram textos sobre sexo. Não apenas ler, mas também escrever. E tudo que precisam é de um pequeno estimulo. Um pequeno empurrão e lá estão as meninas mais recatadas escrevendo sobre seus devaneios e fantasias sexuais.
  Não. Não estou reprovando nada disso. Não me entendam mal. Estou apenas lhes contando o que descobri sobre as pessoas em relação à literatura. Porque como um autor, eu quero apenas me sentir mais proximos dos leitores e escrever algo que lhes dê prazer. Apenas isso.

Nota #16

Dinheiro...
A melhor coisa do mundo, todos sabem, é ter dinheiro. Você compra o melhor whisky, o melhor carro... Tudo o que você precisa, ou deseja.
Mulheres...
Não sou nenhum moleque e, mulher não é dinheiro, pouco importa a quantidade.
Tudo o que faço é escolher a mais gata e dizer isto a ela. Melhor pegar a mais gata da festa do que pegar todo o resto. Não há nenhuma formula de sucesso, é apenas minha personalidade. Já me fodi muito e continuo me fodendo por causa destes meus principios. Já fiquei muito tempo sem mulher só porque as mulheres que escolhi se consideravam demais para mim e eu não quis abrir mão de meu orgulho por alguma garota que não satisfazia aos meus padrões.
Adoro ninfetas. Adoro garotas com perfil de patricinha. Sim, as mesmas garotas que passei a adolescencia desejando e que pareciam inalcansáveis para mim. Mas eu estava enganado, elas não eram inalcansáveis, estavam apenas alguns degraus acima das garotas com que eu convivia.

Nota #15

sobre as gostosas...
O fato de eu dizer-lhe que você é bonita, quer dizer apenas isto, que acho você bonita. Não estou lhe pedindo em namoro ou prometendo amores eternos.
O fato de gostar de ninfetas não significa que eu goste de pirralhas. Não sou nenhum moralista, mas não tenho nenhum destes fetiches doentios. O fato de dar atenção a uma garota não significa que esteja tão afim dela. Eu falo o que penso e, se eu estiver afim, você vai saber disso explicitamente, não precisa ficar desconfiada e me tratar como um pretendente tímido.Mas se não estiver afim, não vou dizer nada. Às vezes tudo o que preciso é de companhia.
Não canso de me surpreender ao descobrir que algum de meus "amigos" tem fetiches por "pirralhas". Vivem bancando os moralistas ou me acusando quando na verdade eles é quem são o enrustidos.Chamo isso de hipocrisia.
Sou explicito e conto o que penso, mas não vou além disso, além do que penso. Não tenho pensamentos imundos escondidos aqui. As vezes sou um palhaço, solto cantadas estúpidas ou sacadas engraçadas, mas não estou tentando impressionar ninguém. E odeio quando me desafiam.
Uma garota disse: - Isso foi estupido! você não pode fazer melhor?!
Obvio que foi estúpido, mas só uma garota estúpida reagiria a isso desta maneira. Prove que você merece algo melhor!

Nota #14

O que eu posso dizer sobre o amor? Apenas posso dizer que te amo. Talvez você acredite, ou não, isto pouco importa. Se entrar na brincadeira , então estamos no mesmo barco e sei que você nao depende de mim. Se ficar séria e disser que não acredita ou que precisa de provas, então, ou você está afim de outro cara ou sua autoestima é uma merda, e você não acredita que alguém possa amá-la. Se apenas agradecer e levar a sério, então ou você certamente não me conhece como eu imaginei, ou está insegura demais para perceber onde estamos. Somados a mais alguns detalhes, eu posso prever onde vamos parar. Obvio que isso só tem haver comigo, e não vou estar com olhar de cachorrinho carente - Isto é algo que não vai acontecer. Pouco me importa se outros caras fizeram isso com você.
Nenhuma destas minhas hipóteses é absoluta, ou mesmo correta. Mas apenas baseadas em algumas experiencias passadas. As piores foram com garotas imaturas. Normalmente garotas que cresceram apenas influenciadas por mulheres. Não tiveram irmãos mais velhos, ou mesmo a presença do pai. São muito sensíveis e levam tudo ao pé da letra, não tenho saco para este tipo.
Ninguém é perfeito, mas certas companhias são intoleráveis. Então, agradavelmente você precisa dizer adeus para estas pessoas e continuar seu caminho.

Nota #13

  e então eu lhes disse que precisava ir embora, mas ao chegar na estrada me deparei com um problema: não conseguiria andar em linha reta. O melhor que eu podia fazer era tentar me concentrar, mas não se pode controlar os efeitos do alcool. Eu queria e precisava beber, no entanto, agora eu precisava me livrar dos efeitos do alcool para chegar em casa. Quando me dei conta, ja estava do outro lado da rua, mais algums passos e estava devolta ao lado inicial. Merda, aquilo estava fora de controle. Minha visão estava embaçada, minha cabeça pesada e minhas pernas seguindo sua própria direção. Ao menos, agora eu poderia sorrir espontaneamente. Acho que meus sorrisos são muito mais espontaneos depois que bebo. Foda-se, eu estava me sentindo muito bem com aquilo.
  Me agarrei às grades de um muro qualquer para não ir parar no meio da rua. Ao menos era uma rua de lajotas e pouco movimentada. Lembrei de uma garota que ficou na festa. Caralho, havia me esquecido dela. Cogitei em voltar, mas não, eu não estava em condições de lidar com uma garota. Era melhor que mais ninguém pudesse ver meu estado. Acho que eu disfarço muito bem, pulei fora antes de perceberem que estava mal. Ou melhor, bem, eu estava muito bem, apenas impossibilitado de caminhar em linha reta, falar sem cuspir... Mas estava muito bem.

Verso Incompleto #2

Onde pode-se criar uma verso sem clichês
    Ou explicar sem os porquês
perder-se dentro de sua propria imaginação
e acreditar
      que ainda ha alguma realidade
ou a realidade é uma ilusão
resultado da imaginação 
                      de alguém
   que nos criou como personagens
dentro de alguma história
                     que vai muito além
de tudo que acreditamos
que sabiamos ou   desejamos

(...)


Nota #12

Existe uma fina linha divisória entre o "picante" e o erótico. Entre insinuar e explicitar. Existe uma parede sensível entre o comportamento sexy e comportamento vulgar. E entre estes limites é onde eu gostaria de caminhar. Dominar estes limites requer um nivel de experiencia e auto-crítica rigorosos.
Induzir uma pessoa a imaginar é mais delicado do que dar-lhe o pensamento que você deseja que ela tenha. Embora poucos entendam o que eu quero explicar. A verdade é que não tenho interesse em explicar, apenas dar-lhes uma imaginação prazerosa.

Nota #11

Lendo "notas de um velho safado" do Bukowski. Acredito que este seja um dos titulos mais conhecido no Brasil, deste autor. Mas não é exatamente uma obra prima ou, a literatura definitiva de Bukowski.
Trata-se na verdade de um conjunto de texto publicados anteriormente em outras obras dele. Ainda não finalizei o livro, mas até agora já encontrei trechos de "factótun", "misto quente" e de alguns contos de outros livros. O interessante é que nesta obra está tudo aglomerado como se fosse apenas um texto. Ele muda de cenas e personagens drasticamente, o que torna a leitura um pouco cansativa. Mas como já estou acostumado com seus texto, estou lendo de boa.

Verso Incompleto #1

Eu não bebo para esquecer
Mas para imaginar você comigo
Eu não bebo por beber
mas para comemorar ter lhe conhecido

Eu sei que exagero as vezes
Mas você é um exagero de tudo
(...)

Nota #10

sobre ninfetas...

Eu a vi e adorei o que vi: Estava usando uma blusinha branca de manga longa e aberta sobre outra blusinha decotada que mostrava os formato de seus seios... Arredondados, de tamanho médio e que davam agua na boca. Seus shorts feitos de jeans desbotado deixavam suas pernas bem torneadas à mostra. Era a tentação em pessoa. seus cabelos escuros pelos ombros presos por uma bandana vermelha amarrada com se fosse apenas uma faixa. Ela era de uma beleza natural e não tinha mais que vinte anos de idade. Este estilo despojado e tênis brancos lhe davam uma aparencia de ninfeta. Embora não olhasse para mim, seus olhos demostravam maldade. E era extamente isso que eu estava procurando: uma ninfeta safada.
Caminhei em sua direção, embora não fizesse idéia do que dizer. Quando estávamos de frente ela virou-se para o lado, em direção a sua amiga de modo a me esnobar. Eu senti um frio na barriga, mas continuei até me aproximar da garota. Eu vim aqui só para te encontrar, foi o que eu disse, mas ela parecia não querer me dar atenção. E se eu disser que você é a garota mais bonita desta festa, será que ganho um pouco de sua atenção?! Nada.
Não era tão ruim quanto imaginei que seria. Já não sou aquele adolescente que tenta manter uma conversa natural, forçando assuntos e fazendo perguntas que não me interessam apenas para não deixar "cair a peteca". Não acredito que a garota dos meus sonhos está me esnobando, eu dizia ao seu ouvido, proximo o suficiente para sentir o perfume de seus cabelos. Pude perceber um leve sorriso se formar em seu rostinho lindo e isto serviu de incentivo. Então você está rindo de mim, enquanto eu declaro meu amor por você. A mulheres são, de fato, muito cruéis, mas não consigo resistir: adoro mulheres difíceis. Ainda mais se forem tão sexys quanto você!
NADA!
As demais coisas que disse também não surtiram efeitos. Ainda sou um cavalheiro e jamais usaria a força para conquistar uma garota. Mas quem sabe outra garota em outro lugar e com outras palavras...

Nota #09

será que vale a pena amar quando a pessoa a quem se ama não corresponde ao seu amor?
Será que vale a pena ser bom, quando ninguém valoriza sua bondade?
Qual é a vantagem de não ser um babaca quando você é confundido com um?
Somo tão miseráveis a ponto de classificar as pessoas de acordo com aquilo que elas parecem ser.
A verdade é que me sinto frustrado por ser o melhor, mas incapaz de vencer. Ou porque eu me ache tão bom que uma tentativa fraccassada seja inaceitável. Eu não sei ao certo, mas me odeio pelos meus defeitos. Um mundo de mentiras com personagens que eu possa manipular é uma boa fuga para um escritor. Talvez este seja meu maior prazer em escrever: Poder manipular os eventos de modo que as reações sejam inesperadas.

Nota #08

O torna algumas pessoas mais interessantes que outras?
O que nos faz acreditar que merecemos algo ou alguém?
Talvez este seja o segredo da autoconfiança: acreditar ser merecedor daquilo que se deseja.
Acreditar, não apenas que se tem competencia para conquistar, mas que merece tal conquista. Acredito que somos hipócritas conosco mesmos. Desejamos algo, mas não lutamos pelo que desejamos.
É como o amor platônico. É como amar e não ter coragem de declarar seu amor.

Nota #07


Às vezes tudo o que me resta é escrever. Às vezes preciso fugir para alguma dimensão. Para algum lugar dentro de minha imaginação, um lugar onde faço as coisas se acertarem e que eu possa gostar das pessoas. Onde eu possa manipular os resultados, os acontecimentos.
Eu não gosto das pessoas. Elas tendem a ficar tentando me interpretar, me lendo, me adivinhando ou, me classificando em algum padrão do qual eu nunca admiti. As vezes, eu não quero conversar com ninguém, não quero escutar a voz de ninguém. Ficar sozinho me revigora. Dê-me algumas horas de solidão e retorno uma nova pessoa. Isto não é mau humor, é apenas uma espécie de cansaço. É como estar em uma peça de teatro improvisado e você cansa do seu personagem. Você precisa sentar e voltar a ser você mesmo por alguns instantes, e depois retornar ao personagem. Mas isto, nunca deve ser feito diante do publico. É preciso fechar as cortinas e voltar ao camarim.

Espelhos e Calcinhas


- E aí Pedrão? Trouxe espelhinho?
- Sim, eu trouxe três.
Sorrisos se abriram. Pedrão, Oliver e Julinho... O trio que tocava o terror na quinta serie. Não eram os piores, mas toda semana surgia uma ideia nova. Desta vez era o espelhinho. Durante o recreio a gente põe o espelhinho no peito do pé e vê as calcinhas das meninas, planejavam... Num tempo em que ninguém ainda havia tido a infeliz ideia de por shorts por baixo...
- Vocês viram a calcinha da Andressa? Caralho, a calcinha dela está na soca, nem aparece direito de tão cavada...
- Eu vi a calcinha da Michele... Calcinha enfeitada de ursinhos... Eu disse pra ela que adoro ursinhos, mas ela não entendeu. E a outra Michele, vocês viram? Ela tem a maior bunda da turma!
- Eu já vi de todas. – Pedrão ri. – vocês são muito medrosos! Tem medo de chegar perto delas.
- Ei Pedrão. Por que você não vai às meninas da oitava serie?! Quero ver se você tem coragem de ir lá.
- Eu vou mesmo! Quer apostar? Cinquenta bolinhas de vidro.
- Aceito. Eu duvido!
Lá se foi Pedrão para o outro lado do pátio, mostrar sua ousadia. Oliver e Julinho acompanhavam a distancia...
- Nossa, ele foi mesmo...
- Acho que ele vai apanhar delas... Elas vão descobrir...
De repente um alvoroço. Gritos de meninas. Tarado, sem-vergonha, algumas xingam... Então aparece Pedrão correndo com tudo do outro lado do pátio. Se pegarem ele vai assinar o livro negro pela terceira vez; Isso é mal; dizem que a gente pode até ser expulso depois que assina o livro três vezes. E continua correndo.
Pedrão tropeça em um degrau de calçada e caí de peito e cara no concreto. Quem vê aquele corpo arrastando-se alguns centímetros no concreto sente até um calafrio. Seu corpo fica imóvel, desmaiado... Uma pequena poça de sangue se forma. Pode-se ver um corte profundo na testa de onde jorra sangue e um corte feio nos lábios. Os alunos formam um circulo ao redor de Pedrão desmaiado. Quando a ambulância chega e o põem na maca, pode-se ver que suas mãos estão esfoladas e a parte frontal de sua camisa rasgada mostra o peito com a pele arrancada. Seus joelhos estão em carne viva.
No hospital recebe visitas.
- Poxa, que vacilo cara.
- Pois é. A gente se sentiu culpado por você. Por você saiu correndo daquele jeito?
- Sei lá. – fala com dificuldade devido ao corte na boca. – elas me pegaram no flagra. Eu fiquei desesperado e sai correndo...
- Que coisa hein?! - diz Oliver. – lembra-se daquele dia que a Daiane me pegou? Levei uma tapa tão forte nas costas que fiquei sem folego o resto do recreio!
- É mesmo! – todos riem.
Silencio. Não sabem o que falar. Sentem-se desconfortáveis.
Pedrão desabafa:
- Pelo menos não tive que assinar o livro negro outra vez.

Deja Vu...


Uma destas cidadezinhas no meio do nada. Cercada de cactos, areia e seca. Uma parada para matar a sede do cavalo e talvez comprar outra garrafa de bebida. Lugar pacato. Pessoas simples tentando sobreviver contra a hostilidade da natureza.

Entro em um provável bar, ou mercearia, ou seja lá o que for, tinha de tudo ali. Peço uma bebida e pergunto sobre onde poderia conseguir um banho e hospedagem por uma noite...


 Ainda não havia anoitecido, mas o sol já estava se pondo após um longo e quente dia. Saio à porta do bar e, vejo a minha frente aquela mulher. Uma mulher no mínimo diferente. De uma beleza tão simples e natural que me enfeitiçou. Estava com um vestido velho que parecia ser feito de trapos; o vestido era de uma cor encardida. Cabelos e olhos negros, sua pele um pouco castigada pelo sol, jovem e de uma feição quase perfeita. Seu cabelo solto ao vento causava-me qualquer sensação de espontaneidade que não via em outras mulheres. Trocamos olhares... Confesso que neste momento senti como se já a conhecia. Aquele olhar não era estranho para mim. Mas conheceria alguém deste fim de mundo?

Estas pessoas provavelmente nunca viajaram na vida... Ela apenas baixou os olhos e continuou caminhando com suas trouxas de roupas sob o braço. Apenas crianças encardidas brincavam pela rua. Outras carregavam um balde de agua para suas casas. Agua que buscavam em um poço fora da vila.

Comecei a segui-la. Seus quadris moviam-se harmoniosamente. Estava com os pés descalços, mas isso lhe deixava mais encantadora ainda. Entrou em uma das casas de madeira. Grande por sinal. Entrei no armazém a frente da casa. Comprei um doce qualquer, sentei-me a porta e esperei alguns minutos. O vendedor já havia ido para os fundos. Estava tudo muito calmo. Apenas vozes de crianças brincando ao longe.

Decidi bater à porta. Vá para o inferno, uma voz de mulher grita. Então arrombo com um chute, mas sem quebra-la. Entro e fecho-a. Vejo-a se masturbando em um canto da casa. Espero por um grito... Mas não grita. Em silencio, com a respiração ofegante olha-me com cara de safada sem parar o movimento de sua mão. Seus cabelos molhados indicavam que ela acabara de sair do banho. O que me pareceu uma surpresa. Ela de fato não pertencia àquele lugar. Mesmo disfarçando e tentando parecer tão humilde quanto os demais habitantes.

Caminho em sua direção:


- Saia daqui, seu filho de uma puta! – agora grita.


Dou-lhe um tapa na cara e, ela cai da cadeira.


- Puta!


Levanta-se. Puxo-a pelos quadris e lhe dou um beijo. Ela se envolve e pede mais. Empurro-a e vou ao armário me servir de conhaque que viro em apenas um gole enquanto ela caminha para outro cômodo da casa.


- Você me esqueceu! – ela grita. – Continua o mesmo canalha de sempre.


- E você me largou pra morrer! – Penso alguns segundos, porque na verdade ainda não me lembro dela. – O que você está fazendo aqui? Não há muitos homens ricos para serem enganados nesta cidade. Se é que posso chamar de cidade.


Imagino que seja uma golpista que tenha conhecido em outra cidade.


- Estou casada...


Dou uma gargalhada.


- Mas sinto sua falta...


Pego-a pelos cabelos, rasgo seu vestido a partir da gola e descubro que não usa roupas intimas. Seus seios eram firmes e arredondados. Parecia moldada a mão. Chupo seus peitos, beijo-a novamente enquanto aperto sua bunda, a jogo sobre a cama. Como pude esquecê-la? Talvez nunca a tenha visto nua.

Quando estou me vestindo, ouço passos...

Alguém entra.


- É meu marido!


- O que? Vou mata-lo.


- Não! Eu gosto dele.


- Tudo bem!


Coloco o chapéu, engatilho as pistolas e saio pela porta da cozinha. Ela colocou outro vestido encardido. Sem roupas intimas.

Acendo um cigarro e caminho em direção ao bar quando me aparecem estes dois sujeitos: um velhote barbudo com cara de sacana mascando fumo e um cara novo de barba feita. Parecia um rostinho de mulher com aquela pele lisa. Ele tinha um sorriso imbecil. Senti vontade de avançar e esmurrar os dois, principalmente o mais novo. Mas estavam armados. O que mudava toda a situação.


- O que você estava fazendo na casa do...? – pronunciaram um nome que não me lembro.


- Não é da sua conta, pirralho! Vá brincar com suas bonecas. – disse meio irritado.

O velhote se pôs a minha frente me impedindo de continuar. Isto me irritou. Poxa, não poderiam apenas deixar-me seguir meu caminho?


- Acho que vou atirar no seu filhote ali... – o velhote riu.

Fique a vontade. - e começou a gargalhar de novo.


- Virei-me para o imbecil. Ele já estava com um revolver a mostra.


- Vai me matar, viajante?

Pôs a mão sobre o revolver, mas rapidamente puxei o velhote como escudo, peguei sua própria arma e atirei. Então sai caminhando em direção ao bar deixando dois corpos no chão. Em poucos minutos o vento lhes cobriria de poeira. Bom, na verdade o velhote estava só desmaiado de susto. [Vai entender estes valentões de hoje em dia!]


Volto para a casa dela e sou surpreendido com um sujeito apontando uma arma para mim. Movido pelo próprio susto, torço sua mão com a arma e com a sola do pé em seu peito empurro-o de modo que ele cai deitado ao chão. Mal deu tempo para me abaixar e uma sequencia de tiros em minha direção. Eu pulo para fora da casa e disparo para algum abrigo próximo.

Poxa, imaginei que ela fosse a vitima. Na verdade, agora sua cara de brava fez eu me lembrar de uma garota. Mas não é algo certo. Eu matei seu cavalo, mas nem foi de proposito e ela disse que vingaria. Na época eu fugi porque ela estava furiosa, mas então acabei esquecendo. E, já se passaram dois anos. O problema deste mundo é que as mulheres, em sua grande maioria, são vingativas – eu já havia até esquecido desta cagada. Então a reencontro mais linda que nunca e ela tem que me lembrar disso. Ou não, talvez seja só outra maluca que eu tenha conhecido posa aí.

Eu só gostaria de saber por que ela está em uma cidadezinha tão humilde fingindo-se de pobre. Mas não pretendo voltar lá para perguntar. Pelo contrario, eu vou fugir de novo. Não costumo agredir mulheres, mas também não vou esperar que elas me amem mais por isso.


Encontro três meninos e dou-lhes uma nota de cinquenta para cada. Explico-lhes a situação e espero que levem minhas coisas do hotel para fora da cidade, onde vou esperar. E prometo mais cinquenta de cada depois que me entregarem as coisas. Pode não parecer, mas estamos falando de muito dinheiro.

Inexplicavelmente, eles conseguem. Trouxeram todas as minhas coisas. Paguei-lhes a outra parte e imediatamente saltei sobre o cavalo disparando em direção ao sul. Não perderia meu tempo questionando sobre como conseguiram.


Eis mais um acontecimento que ficou confuso para mim também. Narrei os fatos como me lembro de que aconteceram, mas talvez eu tenha me enganado em algum detalhe. E, existem questões que eu também gostaria de ter as respostas. Acredite se quiser, mas a parte onde conto a que sobrevivi é verdadeira.


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