Nota #113

Em mais uma dia improdutivo, eu me disponho a espremer meu fraco intelecto. 
Falar de obscenidades exige muita criatividade, porque depois de algumas palavras, esse negocio fica repetitivo.Sem mencionar que as vezes eu estou um pouco melancólico, o que fode com tudo, porque esse lance de pessimismo gruda em você e não sai por nada - É pior que mulher descornada. Mas, enfim, lá vai mais uma tentativa:

# Não era uma garota linda, mas tinha um olhar que me fascinava. Um brilho. Um carisma. Algo tão fascinante que jamais encontraria em outra garota.

# Beijar na boca pode ser bom, ou ruim, ou muito ruim. Eu não sei; o fato é que cada beijo tem sua peculiaridade.

# Era tão babaca que tentou apresentar a atual para a ex.

# Você não consegue esquecer, mas que tal se distrair enquanto pode? Um pouco de diversão não faz mal a ninguém!

Nota #112


Aquele momento em que eu gostaria de ler algo excitante, mas já estou farto de literatura. Momento em que eu gostaria de escrever algo muito bom, mas percebo-me sem competência para tal realização. 
Mulheres... fonte de inspiração e fonte de frustração.
Uma garota pode te levar ao céu e de lá te chutar para um precipício. Eis a desgraça da fraqueza masculina.

Nota #111


Eu segui seu rebolado com os olhos enquanto esperava pelo ônibus. Meio-dia, sol de rachar e aquela beleza quase desnuda afastando-se de mim.

Nota #110


Um quarto imundo

Era um colchão de casal jogado no canto do quarto. Velho, com manchas de vinho barato, de molhos e sabem-se lá quantos outros fluidos. Eu costumava colocar um lençol ao dormir, mas ele sempre sumia quando eu acordava. Assim como as garotas que se deitavam comigo, que embora não fossem muito importantes, me agradaria se amanhecessem comigo, porque sempre gostei mais de fazer sexo pela manhã, quer dizer, ao acordar. Raramente conseguia acordar antes do meio-dia.
Confesso que não entendo esse habito em fazer sexo à noite, no fim do turno, antes de dormir. Este é o pior momento pra mim, por que no fim da noite já estou um trapo, cansado, com sono e querendo ficar quieto na minha. Mas, regras são regras, né?! E, se as garotas preferem à noite, que seja feito à noite.
Tentei colocar uma cama no quarto algumas vezes, mas rangiam, ficavam “bambas”, batiam na parede quando estava transando, acumulava roupas sujas e objetos sob ela, eu tropeçava na quina e isto sempre me incomodou. Então larguei a ideia da cama e deixei apenas o colchão. O lado bom é que o chão (assoalho) era de madeira. O chão era de madeira, numa casa de madeira (invadida por cupins) e isto salvava da umidade que poderia causar mofos tanto no colchão quanto nas roupas. Eu quase me esqueci de falar que também não tinha roupeiro. Tinha um criado mudo, mas as gavetas estavam quase sempre vazias. Eu não tinha tempo e nem concentração para dobrar e guardas as roupas. Ficavam pelo chão mesmo ou penduradas na cadeira, em pregos na parede ou por cima da cama. Algumas vezes, uma ou outra garota que se sentisse bem comida dava uma leve organizada no quarto, mas era muito raro.
Podia-se andar descalço pelo quarto, mas não pelo resto da casa que estava imunda. Não importava quantas vezes fosse limpa, estava sempre suja. Talvez pelo fato de fazermos festinhas todos os dias. O dinheiro era escasso, mas os amigos brotavam. Muitas vezes acompanhados de uma garrafa de vodka e suco em pó, que misturávamos à agua e acrescentando vodka embebedava qualquer um e, era isso que importava: embebedar.
Eu sempre fui mais quieto, mais na minha. Estava sempre no quarto, escrevendo em um laptop velho e com ‘headphones’ escutando trashmetal: Um ritmo que considero inspirador. Meu terceiro livro já havia sido publicado, mas não vendera nada. Então, eu precisava fazer serviços ‘freelancer’ pra descolar alguns trocos. Ao menos para a comida. Duas refeições ao dia.
Ao menos não havia baratas na casa. O que livrava minhas coisas um pouco. Quando o cheiro de roupa suja estava muito forte, e eu não conseguia mais encontrar roupas sem cheiro de suor para usar, era neste momento em que me preocupava em procurar onde lavar minhas roupas.

Nota #109


Gostosa, mas feia feita um curisco. Exatamente o que pensei quando olhei para o rosto dela: Bochechas de buldogue e sob os olhos (que tinham aparência de caídos)havia uns relevos que pareciam pequenas bolsas. Seu cabelo alisado artificialmente era ressecado. No entanto, ela tinha a bunda mais perfeita que já havia visto. E quando estava de quatro na beira da cama, gemendo e sendo penetrada com raiva. Toda a falta de beleza em seu rosto eram indiferentes pra mim.

Nota #108


A alegria não teria valor se não existisse a tristeza. Assim como não haveria colheita sem a chuva após semear. Todas as coisas estão destinadas a acabar, mas nem todas acabam bem. Quando a morte é o fim, o reinicio é doloroso e inevitável. Mas quando o reinicio é uma opção, é preciso mais coragem do que vontade.

Nota #107

Daí fala diretamente e ela fica "magoada"! 
Conseguir conviver e manter a formalidade é uma astucia de poucos. Conter seus pensamentos ofensivos pode manter certa paz. Acumular desaforos é perigoso...

Nota #106


O murro que lhe acertei na testa não derrubou, apenas deixou o idiota mais furioso ainda. Empurrou-me com as duas mãos e eu caí de costas sobre as cadeiras velhas do bar. Elas não se quebraram como nos filmes, pude sentir uma ponta de madeira tentando penetrar meus músculos ao cair sobre elas. E, logo em seguida um estrondo. Apaguei. Quando abri meus olhos, não sabia onde estava. Levei alguns segundos até recordar os últimos minutos antes de cair. Senti uma casca sobre meu rosto (sangue ressecado e grudado na pele). O cheiro de sangue e lixo ardia às narinas. Sentia-me pesado, mais pesado que de costume e ao tentar me levantar, todos os músculos do corpo doíam. Caralho! Me chutaram, me atropelaram de pancadas enquanto estava desmaiado, e, provavelmente fui trazido para a rua aos chutes também. Me levantar e conseguir chegar em casa vai ser um desafio.